Tenho lido Freud por tabela. A problemática é apresentada nas discussões sobre cultura, que influencia nas clivagens da estrutura social. Os zulus e os europeus da África do Sul são distintos, mas ao mesmo tempo cooperativos. Os europeus compram o boi dos zulus, enquanto estes vendem. As interpretações são diversas; o europeu pensa "eu faço eles terem inserção no mundo, eles poderão pagar seus tributos". O zulu, mesmo que venda voluntariamente seu boi, pensará: "eles querem que eu perca o gado [meu status]".
Eu tenho trazido Freud para meu indivíduo, num estica e puxa. Uma análise, que em princípio tem como unidade o self, é transformada em análise de culturas para depois refletir sobre mim. Qual evento pegar? Qualquer um, pois eu já tenho certa noção da minha situação na estrutura familiar (aliás, esta é ainda primordial na minha cabeça, mesmo que eu seja um ocidentalzinho periférico). Só que falar de coisas que me angustiam aqui é por demais exposição e eu tô tão magoado que auto-sociologia me faz mal pra caralho.
A Universitários Vão à Escola seria um belo evento. Aqui há uma confluência de discursos: "Alexandre, você tá se distanciando do seu curso, você não vai mudar o mundo". "Vocês querem que eu seja um trabalhador braçal, vocês vêem a UVE como uma porta pra um Alexandre submetido a uma vida modéstia". Mas eu não estou exterior a esses discursos e, por mais que eu ache que sou o coitadinho da história, eu não tenho forças para afirmar isso.
GLUCKMAN, Max. Uma análise social sobre a Zuzulândia Moderna. In: BIANCO-FELDMAN, BEla. Antropologia das sociedades modernas.
PS: Não vou chorar com dor de cabeça. Isso me faz mal.
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