quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Um garoto marlboro!


Tenho de escrever algo sobre o filme "obrigado por fumar" para uma resenha na matéria "Legislação e processo político". Acredito que tenho de relacionar com as minhas perspectivas à matéria, já que o professor colocou para os alunos a preparação de um texto logo no começo do semestre, enquanto ainda não houve aulas expositivas. Não que eu ache ruim que não tenha aulas expositivas, mas simplesmente não sei quais parâmetros (adequados) e qual sensibilidade ele vai querer de mim. Deixando de lado toda essa baboseira, vamos ao meu primeiro esboço de resenha (sem revisão):
-
-
"Obrigado por fumar" é um filme que conta a história de um lobista americano, financiado pelas indústrias de tabaco, que defende o consumo de cigarros, já que há um fenômeno nos EUA pela cultura do anti-tabagismo. O que tem de mais interessante no filme, condizente com a disciplina, é uma apresentação possível do fenômeno de estabilização de expectativas de uma sociedade, ou seja, uma mudança de normas (jurídicas e/ou sociais).
Um primeiro aspecto se faz pela preocupação dos órgãos legislativos em não serem distantes do pensamento social, do "povo". Há sempre uma preocupação por parte do personagem do Senador em se expor para garantir não apenas a positivação de uma norma anti-tabagista, mas que a eficácia desta norma se faça e que ela seja aceita como válida. O processo legislativo oficial estatal não é capaz de se efetivar simplesmente em contextos interiores ao poder legislativo.
Outro aspecto é que, para a formalização dessas normas jurídicas, necessita-se de uma adesão das expectativas da sociedade. Criar um comando "um maço de cigarros deve ter o nome 'veneno' em seu rótulo" não fará sentido enquanto não se entender quais os bens que a nova norma pretende defender. Assim é preciso dialogar com a sociedade e demonstrar, através de argumentações, que a norma beneficiará.
A argumentação, aliás, é posto como principal forma de construir as ideologias do povo. A persuasão habilita a discussão sobre se uma norma jurídica deve ou não ser válida, a ponto de pôr em questionamento em pensamentos consolidados, em relações de causalidade “cigarro realmente mata?” e até mesmo o que seja liberdade.
Pelo lobista pró-tabagismo ter uma habilidade em articular idéias que mostram que a validação de determinada norma pode ir contra outros princípios ideológicos da sociedade americana, como “liberdade de consumo” ou “individualismo” (self), o conceito de verdade fica duvidoso. Podem ser argumentos falaciosos ou não, mas acaba por desestruturar a idéia de que a norma trará todos os benefícios possíveis. Por fim, a discussão sobre princípios éticos se faz importante. Uma possível imagem que se tem da personagem do lobista é de que “ele é um imoral”, pois age contrário ao que é correto, porém não o vejo dessa maneira; acho que ele realmente acredita que a abertura de discussão é um meio de construir éticas adequadas.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Gumsa/Gumlao


Eu estive refletindo um pouco com a minha leitura (sacana) de Edward Leach sobre as nossas relações identitárias. Será que somos detentores de uma cultura em si ou podemos ter mais de duas culturas? Eu sou uma cultura do pobre brasileiro, uma cultura do nordestino, uma cultura do imigrante? Não acho que seja a cultura o termo adequado, mas qual será?
Imagino que essa questão identitária está por demais atrelada às perspectivas que eu quero buscar em mim. Hoje eu sou um jovem brasiliense, mas, em aspectos de alteridade, consigo me identificar com a sociedade nordestina.
Não entendi ainda o que Leach quis defender. Talvez a análise dele estrutural indique que fazemos partes de várias estruturas. A análise é pelo indivíduo.

Minhas estruturas: Parentesco, educação, local de trabalho, amizade. Outra unidades de análise que eu não presto atenção: Consumidor?
Acho que sou capaz de falar de qualquer uma. Não preciso ir à alta birmânia para tal.
E será que eu quero subir de degrau nestas estruturas? Ser o irmão mais amado, o aluno mais aplicado, o estagiário mais bem dedicado, o amigo mais amado, o futuro namorado. Será que eu quero mais?

Leach faz algum sentido :D

LEACH, Edward. Sistemas políticos da Alta Birmânia.

PS.: Estudar matérias não jurídicas faz bem pra caralho

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

7 matérias, um exame de proficiência


Desisti de Grafittis e mal cheiro. Não fosse por você, eu não mudava essa cidade.

1. Estou num mundo muito teórico ou a experiência já perpassa por práticas experimentais? Estou fazendo Teoria Antropológica 2, matéria com uma professora nova do departamento. Voltei a antropologia para continuar um papo mais bonito, pois, afinal de contas, é o que eu tenho de melhor para dar de diferente. Sim, tenho de ser áltero, afinal, é o jurídico que me acompanha.

2. Legislação e Processo Político: As 3 aulas de Direito Constitucional 1 extendida por um semestre de curso, nas leituras mais factuais e menos normativas. Af, como o direito é alheio a realidade! Gostei de uma frase: "Kant é o mais próximo que o currículo de um curso de graduação em direito pode lhe oferecer. Portanto, não cáia na prática kantiana".

3. Contratos. A minha deficiência em teoria geral do direito privado, juntada a picaretagem recíproca, aliás, em obrigações. possibilidade de uma revisão sobre os negócios juridicos.

4. Crimes em espécie. Homicidas e nefelibatas em prática. Que bonitinho. Matéria que vai me dar muito trabalho, pois, afinal de contas, terei de engolir o manual de direito penal :D Aí como é bom ter tirado MS em penal!

5. Administrativo. A beleza da prática executiva do país. Moralidade e legalidade, espaço do direito em que mais posso estabilizar essas mazelas de colarinho branco. Agora penso que a gente tem mais nojo do mundo público, só que a distinção acaba relegando que o privado é o que modifica o público e diz que eh nele que a coisa tá suja. Tenho de repensar a dicotomia, que ainda não é ultrapassada.

6. Processo Civil. Sebojento será o procurador da república. Eu odeio processo, espero gostar do que eu vou ter contato neste semestre. Espero só ter esta matéria uam vez.

7. Direitos Humanos. Um bafo de inspiração. Bourdieu e poder simbólico. Existe agressão moral sem violência? Espero que seja divertido :D



8. Uma avaliação; será que eu darei conta??



A Manuelle, comentadora do meu blog :)